terça-feira, 22 de março de 2011

Caso dos Exploradores de Cavernas - Opinião do aluno Luiz Everaldo Júniro

"Em meu ponto de vista não devemos julgar os réus culpados sem analisarmos a seguinte questão: Além dos réus estarem, naquele momento, em estado natural, como mencionou o Juiz Foster, eles também se encontravam em um estado de necessidade. 

Porque o quê estava em jogo era a vida dos acusados. E os mesmos não dispunham de alimentos suficientes para passarem os dias em que estiveram presos na caverna. 

Daí a necessidade de se alimentarem com a carne e o sangue da vitima. Lembrando que foi a própria vitima quem deu essa sugestão.

Concordo que eles infligiram a lei. A  lei é clara. Matar:pena. 

Mas dadas as circunstâncias não podemos condená-los.  Qualquer um de nós numa situação dessas teria a mesma atitude dos exploradores.
 
Está acima de nós. Acima do direito positivo. É a lei natural. A lei da sobrevivência. Com isso concluo  e espero que a Justiça seja feita e os réus absolvidos de toda e qualquer acusação."

Um comentário:

  1. Acredito que os sobreviventem devem ser condenados. E a razão para tanto reside na indisponibilidade da vida ainda que seja pelo seu titular.

    Outro aspecto diz respeito à dessitência do indivíduo quanto ao que ficou pactuado, naquele momento em que a emoção sobreveio à razão. Os contratos podem ser rompidos.

    Mas fundamentalmente, a defesa deve firmar-se no sentido de apontar a morte do indivíduo como desnecessária para a sobrevivência dos demais, simplesmente por que havia outras alternativas de prover a alimentação de cada um. Como? Ora, ao invés de sacrificar a vida do próximo como justificativa alimentar, porque que cada um não se auto-flagelou, mutilando a si próprio, e assim fazer uso de partes do seu corpo para se alimentar. Não fizeram porque a natureza racional do homem é sempre preterida pela natureza animal em situações de perigo, não acredito que é apenas instinto de sobrevivência, não numa situação como esta.

    Sabemos que é muito mais fácil buscar solução para os nossos problemas quando podemos sacrificar o bem de uma outra pessoa, como frequentemente observamos no nosso cotidiano. Daí a dificuldade que surge para a solução de problemas como distribuição de renda, da corrupção, da exploração desordenada do meio ambiente e outros tantos. O fato é que o indivíduo não possui na sua excência o verdadeiro altruísmo. Este figura apenas no imaginário de cada um, mas na prática, e sobretudo, nos momentos em que a solidariedade deve ser aflorada as pessoas não pessam duas vezes em se proteger daquilo que lhes ameaçam, ainda que para isso tenham que sacrificar um inocente, mesmo que seja possível, por um lapso de tempo, pensar e veredar por outra altenativa, disponibilzando um ganho minorado em virtude da divisão necessária. (Glauber Rógerio)

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