Mais uma valiosa colaboração...Um cordel jurídico: TEM QUE LER

Homo Juridicus

Eu invoco desde já

o homem metafísico

para através do cordel

ter o homo juridicus

na linguagem popular

desse modo explico.

Esse homo juridicus

é expressão do latim

o homem de direito

explico este assim

homem que é sujeito

de direito bom ou ruim.

Não estude o Direito

sem a antropologia

estuda-se o homem

assim se entenderia

tanto Direito direito

quanto a citada logia.

Operador do Direito

que pensa só na lei

será sempre operador

nunca um homem da lei

não sabe o sentido

mas vive dizendo: - eu sei.

Sempre será o homem

vítima ou sujeito

da ação ou do fato

reclamando direito

ou sendo acusado

este do mesmo jeito.

O homem está em tudo

defendendo, acusando

vítima ou o algoz,

júri, réu, litigando

sujeito de direito

julgado ou julgando.

De direito sujeito

o direito constitui

condição que a norma

que diz: -direito possui

a norma do Direito

que o direito institui.

É essa mesma norma

que também só existe

por que o ser humano

ser vivente persiste

este precisa da norma

e esta assim lhe assiste.

Mas não só lhe assiste

essa norma fincada

pois ela também regula

paixão inerente, dada

logo ao ser, ao nascer

traz em si enraizada.

A paixão, o desejo

de tudo ser, tudo ter

que no homem existe

que o faz se corromper

a norma regula o querer

impondo o que deve ser.

Conceito filosófico:

sujeito é aquele ser

que tem capacidade

e o poder de fazer.

Na psicologia, capaz

de a si mesmo se saber.

Direito, da cultura

é uma manifestação

cultura é do homem

a sua constituição

sendo assim a cultura

dá de sujeito a noção.

Biológico, cultural

possui unicidade

é único, impossível

repetir em igualdade

parece outro, não é

mantém-se a unidade.

Sujeito se desenvolve

através de uma relação

a intersubjetiva

com outros também de ação

por qualquer linguagem

que gere comunicação.

O homem se insere

dentro do meio social

de novo vem a norma

controlando o animal

que há dentro do homem.

a norma o faz racional.

Passa o homem a ser

sujeito coletivo

precisa da linguagem

será comunicativo

com outro relaciona-se

bem no meio normativo.

Anterior ao sujeito

vem a dita linguagem

e ele passando a ter

na história passagem

logo encontra a língua

que lhe dá hospedagem.

Linguagem no sujeito

grande participação

linguagem viabiliza

no sujeito a construção

impedindo dos direitos

sofrer qualquer violação.

Voltando ao sujeito

como tal compreendido

o é pela existência

ser humano conhecido

sujeito por desejar

estar no mundo inserido.

Sujeito é constituído

também por uma herança

esta é biológica

ao nascer a criança

cultural será ao crescer

aceitando mudanças.

Do plano simbólico

a linguagem tangível

traz noção jurídica

ao direito possível

herança é patrimônio

no Direito, acessível.

A questão do Direito

como expressão verbal

na noção de símbolo

símbolo, é de sinal

símbolo no direito

o patrimônio é igual.

A partir da lettre

da letra da lei surgido

ser humano é sujeito

por número inserido

este inscrito jamais

com outro confundido.

Ser sujeito humano

implica uma jornada

animal metafísico

Sai da matéria formada

além do plano físico

agora será explicada.

Há uma tensão no homem

por este ser, ser dual

matéria, espírito

tensão entre material

que desenvolve no ser

contra o espiritual.

Essa tensão reside

entre a liberdade

e os seus limites

entre o ego de verdade

e o alter, que é o outro

também a sociedade.

Homem, Direito e Lei

trinômio que constitui

seu processo de vida

o ego, direito que possui

norma é o outro, o alter

controla o que lhe intui.

Esse trinômio citado

vai possibilitando

que o homem entre estes

siga como passeando

ora no real, o direito

ora na norma, aceitando.

Animal metafísico

é chamado a aprender

então nesse universo

ele, inserido deve ser

num tríplice limite

ego, alter e o poder.

Respeitando esse poder

vem o aprendizado

que traz ao homem razão

ele entende o Estado

e o sentido da lei

seu real significado.

01/12/2010

Inspirado nas aulas de Antropologia Jurídica do Professor Dr. Manoel Matusalém