sexta-feira, 18 de outubro de 2013


Professora Katia Farias e o aluno Djalma Almeida
Empolgada que estou com a animação dos alunos com o juri simulado envolvendo o meu queridíssimo livro "O Caso dos Exploradores de Cavernas", bem como prestigiando o talento inato do aluno Djalma Almeida, achei pertinente publicar aqui no blog, no melhor estilo Ronaldo Cunha Lima e Vital do Rego (para não me tomarem como partidária...) a defesa feita em versos, elaborada para a Semana Jurídica da FACET.
 
Espero que gostem tanto quanto eu! Sou sua fã Djalma!!!
 



Senhores a forma justa
De se julgar alguém
é através da qualidade
que o ser humano tem
ela se chama empatia
saber o que o outro sentia
e tentar sentir também.
 
Então para ir além
Do que apenas sabemos
Escrevi a história
Por traz da história, escutemos
E assim com compaixão
E total convicção
A justiça alcançaremos.
 
Uma luz que se apaga
Após ter iluminado
Mais escuro tudo fica
Que se nunca tivesse brilhado
Foi assim que aconteceu
Quando o Roger acendeu
Uma luz ao grupo acuado.
 
Estava escuro na caverna
Escuridão sem igual
Cinco mentes transitando
O ser humano e o animal
A qualquer ideia se apegariam
E qualquer coisa fariam
Para evitar destino fatal.
 
Fixaram-se de forma tal
Aquelas cinco mentes
Àquela infeliz ideia
Que ficaram inconscientes
E diante do medo da morte
O extremo de jogar-se à sorte
Estavam cegos e dementes.
 
Era a cegueira inerente
Que o medo da morte traz
Um medo que impulsiona
E muita coisa a gente faz
Faz reagir e lutar
Num fio de vida se agarrar
Fazer o que se achava incapaz.
 
Esse medo voraz
que impeliu aceitar
Num lance único de dados
a própria vida arriscar
E a esperança latente
Trazia a cada mente
A negação da má sorte chegar
 
Por nessa luz se agarrar
O próprio Roger depois aceitou
Pois ele mesmo por fim
Na sua sorte acreditou
Quando outro por ele jogasse
Dalí não mais recuasse
Do ponto sem volta passou.
 
Daquela ideia se iluminou
A esperança de voltar
A ver o sorriso do filho
A pessoa amada abraçar
E aquela mãe que chora
Na incerteza do agora
A pior perda lhe aplacar.
 
Todos seres estão a lutar
Do maior ao menor que há
Diante desse mistério
Que a morte sempre trará
Se adapta ao ambiente
Que a ele se apresente
E a morte sempre negará.
 
Um medo terrível que há
Com a morte então perder
O que na vida conquistou
bens, filhos, o bem querer
Medo dessa incerteza
Traz em sua natureza
O medo de não mais ser.
 
É inerente em todo ser
Buscar sobrevivência
Plantas, insetos, vermes
É provado na ciência
Porém do próprio morrer
Só o homem pode ter
Essa triste consciência.
 
E dá medo essa audiência
Pela morte intimados
Quando vê a conta-gotas
Chegar em dias contados
Assim sentiu cada réu
Quando só terra se fez céu
E se viram vivos enterrados.
 
Pelo medo dominados
Vem da morte a negação
O homem silencia
Nutrindo a ilusão
Que não falando dela
Pode prendê-la em cela
Ou afastar com uma mão.
 
E é maior humilhação
Alguém morrer de fome
se ao homem se apresenta
até sua alma consome
crianças reviram lixos
disputando como bichos
no desespero tudo se come.
 
Então diante do exposto
Venho por fim requerer
Absolvam esses homens
Que tiveram que escolher
Jogados à pura sorte
Entre a certeza da morte
E o desespero de viver.
 
 
 
Djalma Xavier de Almeida Junior
16/10/2013
 
Defesa do Caso dos Exploradores de Cavernas
 
 

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