Ontem na qualidade de boa cumpridora de meus deveres e também para assegurar o desconto do pagamento antecipado honrei com minha obrigação anual junto a OAB-PB (R$ 390,00).
Como emendei o pagamento em uns minutos na cafeteria, deparei-me olhando aquele boleto e fazendo algumas reflexões, que aqui tento repetir; na verdade um mudo discurso de um daqueles que sentem que o fruto de várias horas de seu trabalho duro foram literamente jogados no lixo...ou melhor, usando um termo mais adequado aos novos tempos, jogados na caixa de spam do e-mail....
Paguei com desconto R$ 390,00, o que equivale a algumas boas horas em sala de aula, ou atendendo clientes, ou fazendo audiencias, ou fazendo cargas, ou ainda buscando atendimento mais rápido dos meus processos....
O fato é que hoje pagamos a OAB, exclusivamente para sentir autorizados a trabalhar, já que das funções instituicionais na efetiva defesa dos interesse de seus filiados a Ordem deixa muito a desejar, há tempos e gestões.
Contenta-se hoje em acreditar que os "trucentos" e-mails diários, para não dizer horários, nos informando que o presidente (efetivo ou interino) estará, está e esteve não sei onde, fazendo não sei o quê, informações que certamente em nada mudarão minha vida profissional ou que reflexos efetivos na vida dos advogados também não andam trazendo....
Certamente damos a tais e-mails (eu estou falando por mim, mas posso assegurar que esse comentário se reproduz na voz de vários colegas) a mesma importância que o Pleno do TJ deu ao Representante da Ordem, durante a última sessão do ano passado, quando o mesmo passou literalmente uns 15 minutos na tribuna pedindo a palavra e sendo clara e constrangedoramente "esquecido" (fato presenciado por mim e por vários outros que estavam presentes naquela sessão).
Tudo isso para depois de tudo, "desejar em nome da Ordem Feliz Natal e Próspero Ano Novo a todos os membros daquela Corte". Naquela circustância, quem sabe um cartão impresso, ou quem sabe um telegrama faria o mesmo papel e talvez até fosse lido com mais ênfase durante os trabalhos do Pleno....naquele momento, deu-se atenção a quem pareceria merecer melhor atenção...quem tiver curiosidade em saber do quê estou falando, que peça as notas taquigráficas do dia e vá ler...
Não que aqui, eu esteja aplaudindo o fato ocorrido, mesmo com minhas críticas, a situação se mostrou infeliz para todos os presentes, em especial advogados e eu era certamente uma delas, das que preferiam não ter presenciado tão epísódio (que acredito só ter ocorrido em face de nosso representante haver assumido a tribuna em hora que os desembargadores estavam por demais concentrados no que estavam fazendo naquele momento)
Não que aqui, eu esteja aplaudindo o fato ocorrido, mesmo com minhas críticas, a situação se mostrou infeliz para todos os presentes, em especial advogados e eu era certamente uma delas, das que preferiam não ter presenciado tão epísódio (que acredito só ter ocorrido em face de nosso representante haver assumido a tribuna em hora que os desembargadores estavam por demais concentrados no que estavam fazendo naquele momento)
Mas é importante citar que o quê faz a Corte (e qualquer outro órgão ) parar, não é título, é legitimidade, e isso é o que anda faltando em nossa representação.
A Corte parou para ouvir outros profissionais, um deles advogado, que nem é titular de qualquer função na Ordem, mas é titular de enorme respeito (fez um requerimento mostrando uma falha nas publicações do Diário que prejudicavam a eficácia das intimações, coisa corriqueira, mais importante para a classe), enquando ele falou as pessoas pararam e escutaram, pois sabem que aquelas palavras têm a força, a sabedoria, têm a legitimidade que comentei anteriormente.
Essa força (que não necessaríamente precisa ser exercida por aquele específico advogado) é que deveríamos sentir na atuação de nossa instituição. No entanto, há muito ( e não estou falando somente dessa gestão) nos sentimos órfãos de nosso órgão de classe, num labor onde cada um é pelo seu, inclusive a Ordem.
Enquanto isso, continuarei a pagar todo ano minha anuidade (até porque isso me dá legitimidade para reclamar), sonhando que um dia, ao menos um convênio com a AASP - ASSOCIAÇÃO DOS ADVOGADOS DE SÃO PAULO, alguém tenha a idéia de fazer ou no mínimo, copiar e colar (com a indicação da referência é claro) o clipping deles, esse sim modelo de e-mail de notícias interessantes, e relevantes que faz com que o valor da anuidade (e eu pago à AASP também) se mostre minimamente bem aproveitado.
No mais, esse é somente um desabafo, de uma advogada, que além de estar em dia com a Ordem e com sua vida profissional, nada tem de envolvimento político junto aquele órgão de classe, seja na atual gestão, ou nas do passado, de modo que o presente texto é apenas o exercício do direito constitucional de expressar meu ponto de vista, deixando claro que caso alguém se sinta agredido por ele (e eu não acredito nisso) o espaço estará sempre aberto ao debate...até porque é assim que as boas idéias fluem.
Katia Farias